O Mercado da Soja em 2014



Quedas nos preços e resistência da exportação.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realiza levantamentos e avaliações mensais da safra brasileira de grãos e de outras lavouras.O principal objetivo dessa atribuição é subsidiar o referido ministério, em tempo hábil, no monitoramento e na formulação da Política Agrícola e de Abastecimento e no atendimento aos demais agentes oficiais e privados do agronegócio brasileiro, especialmente no auxílio relacionado à tomada de decisão por parte dos produtores rurais. As informações coletadas a seguir referem-se ao levantamento realizado em Setembro de 2014.


O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), projetou para o exercício 2014/15 uma safra americana, próxima dos 104,0 milhões de toneladas. A estimativa e o bom desenvolvimento das lavouras até o momento, tem contribuído para que o mercado amplie a pressão sobre as cotações internacionais do produto. A colheita da soja já teve início na Região Sul do cinturão produtor dos EUA, e o aumento da oferta mundial poderá contribuir para uma maior desvalorização das cotações, coincidindo com as intenções de plantio da oleaginosa na América do Sul.

Dois fatores, no entanto, podem ainda dar suporte as cotações internacionais do produto. De acordo com analistas do setor, uma eventual reação nos preços poderá ser estimulada pelo reaquecimento da demanda especialmente chinesa, além das preocupações com o clima seco em importantes regiões produtoras dos Estados Unidos.

De uma maneira geral, há uma expectativa de que apesar de um expressivo crescimento da produção norte-americana nesta temporada, a demanda também deve permanecer aquecida, atuando como um limitador de queda para os preços. 

No Brasil, a safra de soja na atual temporada atual, atingiu 86.120,8 mil toneladas,representando um incremento de 5,7% em relação à safra anterior. A estimativa atual apresentou ajustes em relação às divulgações anteriores devido a problemas relacionados com o clima por ocasião do desenvolvimento da lavoura e colheita do produto e também pelo fraco desempenho da segunda safra de soja, em importantes estados produtores. 

A maior área plantada com a oleaginosa 13.909,4 mil hectares, ocorreu na Região Centro-Oeste, apresentando nesta temporada, um incremento de 8,9% sobre o exercício anterior, gerando uma produção de 41.800,5 mil toneladas. A continuidade desse incremento regional no entanto, apresenta um certo nível de incerteza. Apesar dos preços internos terem apresentado elevação nos últimos anos, compensando a maior parte dos aumentos nos custos, o comportamento desses preços a partir do segundo semestre deste ano, já provoca o receio de que essa tendência não se reproduza.

Veja abaixo um gráfico relacionado a área plantada por regiões brasileiras ao passar dos anos.


A rentabilidade alcançada pelo produtor brasileiro nas safras 2011/12 e 2012/13, apresentou níveis significativos em função dos elevados patamares de preços, que refletiram a redução na oferta mundial (quebras nas safras da América do Sul e Estados Unidos), enquanto a demanda internacional continuava crescente. Na safra atual, a demanda pela soja em grão e pelo farelo, continuou sustentando os preços da oleaginosa no mercado nacional, mas a queda observada nos preços da soja em Chicago a partir do segundo semestre, trouxe reflexos nas negociações internas, sendo notado atualmente, uma certa lentidão no ritmo dos negócios, numa região que já é bastante afetada pelo impacto da elevação dos fretes, acrescidos nos últimos meses pelos custos dos fertilizantes e defensivos. Esse quadro tem criado um travamento das negociações. Os produtores não aceitam vender aos preços atuais, considerados baixos quando comparados com os ocorridos nos meses anteriores, enquanto os compradores estão retraídos com expectativas de que as cotações cedam ainda mais neste segundo semestre, diante dos níveis decrescentes observados nos contratos de Chicago.


As cotações de soja na Bolsa de Chicago tiveram expressivas quedas em agosto, diante da expectativa de safra recorde a ser colhida no Meio Oeste dos Estados Unidos, podendo superar as 103,9 milhões de toneladas que foram divulgadas no último relatório do Usda. Assim, os preços saíram de US$ 12,15/bushel (US$ 446,44/t) para US$ 10,89/bushel (US$ 400,32/t), uma das menores cotações desde 2010. 

Mesmo neste cenário baixista, as cotações internas da soja trabalham, em período de entressafra, com preços de R$ 51,00 a 60,00/60 kg no Mato Grosso. Situação de preços muito similar ao ocorrido no mesmo período do ano anterior. Todavia, em Paranaguá, as cotações trabalharam com valores acima de R$70,00/60 kg em agosto do ano passado e, neste ano, estão próximas de R$ 65,00/60 kg. Salienta-se ainda que, para a safra atual, os fretes de soja estão mais baixos, o que interfere diretamente na formação de preços na praça produtora. As exportações de agosto fecharam em 4,1 milhões de toneladas, diminuindo em relação ao mês anterior, mas um volume que reitera a expectativa de um alto volume de soja em grão exportado pelo Brasil, na ordem de 46,6 milhões de toneladas. 

*Artigo Extraído do Levantamento da Safra de Grãos da CONAB em Setembro de 2014. Veja o Artigo completo clicando aqui!

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